Você é substituível: A visão do setor público

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Algumas pessoas, quando conquistam certo destaque no setor público, têm a mania de achar que ninguém poderá alcançá-las ou que se elas mesmas não desempenharem determinada tarefa, ninguém mais o fará. Elas esquecem que vivemos num momento em que a concorrência é acirrada, todos estão buscando melhores salários, qualificação e reconhecimento, no setor público não é diferente.
Frente a esse quadro, cada vez mais, a própria organização espera poder contar com profissionais que sejam capazes de desempenhar várias funções, que visualizem a organização como um todo e não se prendam apenas ao seu setor. Quando agimos dessa forma, a preocupação é muito maior com os resultados positivos que a equipe gerou do que o pensamento individualista de um profissional que acredita que sem ele nada teria se concretizado!

Percebo que na carreira pública há uma tendência, com o passar dos anos, das pessoas acharem que são insubstituíveis e, então, deixam a soberba e o orgulho tomarem conta de suas ações. Chega um momento em que nada mais importa a não ser seu bem estar, sua posição e suas realizações, então as questões que deveriam ser realmente consideradas começam a ficar em segundo plano.
Imagine a seguinte situação:
João é servidor público há 26 anos e exerce a mesma função desde que foi contratado. Após um concurso público, Eduardo e Marisa são admitidos e começam a trabalhar no mesmo departamento que João. Quando começam a aprender as rotinas daquela função, percebem que há algumas falhas de procedimento e reconhecem novas formas de realizar processos já ultrapassados. Quando Eduardo demonstra sua opinião e tenta ajudar propondo algumas mudanças, João logo resiste e diz a famosa frase: “- Por que mudar? Sempre foi assim desde que entrei aqui. Ninguém desempenha essa função tão bem quanto eu.”
O fato de achar que é insubstituível faz com que ao sinal de uma pequena ameaça todas as armas sejam apontadas para ao possível “inimigo”. E esse possível “inimigo” pode ser um jovem Y, uma nova idéia, um novo colega que tem maior destaque e até mesmo uma simples mudança na forma de realizar alguma atividade diária.
Acredito que pelo fato das pessoas permanecerem muitos anos no mesmo emprego, devido a estabilidade que adquirem após o estágio probatório no serviço público, agrava um pouco essa situação. Mas não significa que isso não possa ser revisto, é uma questão de readequação. Concursos são realizados de tempos em tempo, o que proporciona a renovação do quadro de servidores, com isso, pode-se buscar mudanças na equipe. Quando falo em renovação, refiro-me a alocação dos servidores em atividades diferentes, buscando o que há de melhor em cada um e a melhoria nas atividades diárias.
Cada profissional tem características únicas e, muitas vezes, marcantes. Tais características fazem com que as pessoas lembrem-se dele com saudade quando o mesmo muda de setor, de função, de empresa ou quando chega sua aposentadoria, por exemplo. Entretanto, isso não significa que ninguém mais poderá ocupar o seu lugar e desempenhar aquela função de forma tão eficiente e talvez melhor, por que não?
Em minha opinião, chega um momento em que precisamos de novas idéias, mudanças reais e principalmente uma nova forma de liderar. E isso independe se o novo líder tem 5 ou 10 anos de experiência na organização. Precisamos estar preparados para aceitar mudanças que podem acontecer até mesmo em nossa função, que influenciarão a nossa própria rotina. Precisamos ser profissionais multifacetados prontos a assumir novas responsabilidades e funções que nem imaginávamos um dia desempenhar.
E você, considera-se insubstituível? 

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