Em algum momento da carreira, grande parte dos profissionais acabam buscando recolocação. Seja por baixa remuneração, reduzida perspectiva de crescimento, distância da família, falta de identificação com a empresa ou líder e até uma simples demissão. Enfim… existem inúmeros fatores que levam o profissional para essa busca, mas muitos não conseguem evidenciar seu potencial e acabam sendo colocados no meio do caldeirão, junto com os outros.
Antes de iniciar a busca por uma vaga de Trainee, passei por um momento de profunda reflexão, onde pude identificar que eu não tinha os pré-requisitos “básicos” para me candidatar a um processo deste porte.
Geralmente o perfil de candidato que vemos em uma dinâmica para trainee é alguém com inglês fluente, vivência no exterior, graduação em universidade de primeira linha etc. E aí morava o problema. Nunca saí das terras tupiniquins, meu curso de graduação é de curta duração (politécnico, dois anos), a universidade não era de primeira linha e meu inglês enferrujado foi desenvolvido com o esforço próprio, jamais assisti uma aula em cursinho, o que não me proporcionou a fluência adequada no idioma do Tio Sam.
Esses fatores por si só são desmotivantes e, principalmente, limitadores. É complicado estar em uma sala de dinâmica se apresentando ao lado de candidatos com toda essa bagagem e não ter a possibilidade de disputar de igual pra igual. Foi nesse ponto que resolvi trabalhar.
Eu precisava encontrar um diferencial, uma espécie de plataforma política para me apoiar e convencer as empresas de que eu possuía algum diferencial em relação aos outros candidatos. Listei minhas maiores qualidades em um pedaço de papel e estudei uma forma de “vendê-las” adequadamente, mostrando os motivos pelos quais eu deveria ser contratado. Utilizei meu sucesso na empresa anterior, minha habilidade de falar em público e os próprios resultados que atingi, para ser visto de forma diferente.
É bem verdade que muitas empresas sequer me convidaram para a primeira etapa, mas consegui ir até o final em processos de nível nacional, logo depois que aprendi a evidenciar meus talentos. Após um ano trabalhando, aprendendo e tentando, consegui. Fui aprovado em um programa Trainee e a história seguiu seu curso.
Na verdade, baseei minhas apresentações nas minhas qualidades e não tive medo de dizer que os outros candidatos eram grandes promessas com talento, mas que eu já havia realizado muito na minha carreira. Essa maximização dos meus fatores positivos fez com que eu pudesse seguir em frente, disputar os processos de forma competitiva até que eu fosse aprovado. Acredito que esse é o segredo para o sucesso, seja em um disputado programa de Trainee, ou na busca por uma recolocação profissional. É imprescindível se conhecer, para utilizar suas limitações e talentos em seu benefício, mostrando de forma sincera as suas qualidades.
Se você tem tudo que as empresas exigem, ótimo. Se não tiver, não desanime, utilize os recursos que você desenvolveu na carreira ou na vida e cedo ou tarde você encontrará a posição ideal e ela lhe encontrará.
E aí, já começou a listar os pontos positivos?
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